Conservação requer pessoa treinada e cronograma próprio. Descuido com o filtro, por exemplo, compromete a qualidade da água e pode danificar a bomba. Além disso, é preciso regulamentar o uso para preservar a higienização.

A manutenção das piscinas dos condomínios exige cuidados diários ao longo de todo o ano e atenção redobrada nas temporadas de calor ou de férias escolares, por causa do uso intenso. O que está em jogo, em última instância, é a higienização adequada para preservar a saúde das pessoas.

Os cuidados devem ir além da adição de produtos químicos na água, o que já requer profissional treinado e devidamente protegido. O responsável pela manutenção precisa ainda conhecer a dinâmica do sistema. O esquecimento de um filtro fechado, por exemplo, danifica a bomba e a demora de alguns dias para o seu reparo compromete a qualidade da água e demanda tratamento mais intenso para a higienização, prolongando o período de proibição do uso.

Para evitar problemas como esse, o zelador de um Condomínio, situado na zona Leste de São Paulo, fez curso de especialização no assunto. “Senão, teríamos que contratar um piscineiro”, justifica a sindica em seu segundo mandato. Ela explica que o prédio, com torre de 138 apartamentos, já foi entregue, há dez anos, com uma piscina para adultos e outra infantil. O espaço tem uso intenso, mas disciplinado por regulamento e definição de períodos exclusivos para sua manutenção.

ROTINAS DE LIMPEZA E USO

Ali, durante as férias de julho e, a partir de 10 de dezembro, as piscinas abrem todos os dias, das nove às 22 horas, exceto na segunda-feira, quando são liberadas a partir do início da tarde. O regime perdura até um pouco depois do Carnaval. No restante do ano, o primeiro dia da semana é reservado à manutenção geral. Os procedimentos incluem misturar o cloro, aspirar a sujeira, limpar a borda (onde se acumula o resíduo de protetor solar), cuidar do piso do entorno, além das cadeiras e colchonetes, detalha a sindica.

Os cuidados, acrescenta, incluem lavagem mensal do gradil, no entorno, tratamento diário da água no verão – ou a cada dois dias, nos demais períodos –, controle diário do pH (índice de hidrogênio da água), e proteção da piscina com uma cobertura. A chuva deixa a água turva e demanda novo tratamento, explica a síndica. O estoque adequado de produtos também faz parte da rotina, especialmente no verão, quando eles podem faltar no mercado.

No caso das bombas, a manutenção preventiva está a cargo da empresa que também verifica mensalmente os demais equipamentos do gênero no Condomínio. A sindica conta que o condomínio trocou a bomba da piscina maior, por uma mais adequada ao seu tamanho, para reduzir o desgaste e os reparos. De olho no conforto, o prédio também instalou aquecedor baseado no sistema de troca de calor.

AQUECIMENTO

O mercado disponibiliza três sistemas de aquecimento para a água das piscinas: com combustível a gás, o solar (que requer viabilidade técnica para instalação das placas e depende de dias ensolarados); e o trocador de calor. Neste tipo de equipamento escolhido pelo Condomínio, a energia elétrica só é utilizada para alimentar o compressor e seu gasto equivale a 15% do consumo de gás de outros aparelhos. O aquecedor por troca de calor opera como um grande radiador e, até cerca de 10 graus centígrados ambientes, funciona com muita eficiência, porem os equipamentos da piscina devem estar trancados em ambiente com acesso permitido somente às pessoas habilitadas, “porque estamos falando de água e energia elétrica juntos”.

ALTERNATIVAS DE HIGIENIZAÇÃO

O mercado também oferece opções para a higienização da piscina. O engenheiro e fabricante de equipamentos para tratar a água, comenta que a mistura de produtos químicos pode ser substituída pelo gerador de cloro ou o de ozônio. Ressalva, no entanto, que mesmo se a opção for pelo de ozônio, haverá um residual de cloro na água, para atender à legislação. O condomínio, explica, por ser propriedade particular, estaria desobrigado dessa exigência. “Mas se há uma norma, é melhor segui-la”, recomenda, lembrando que a obrigação está estabelecida para preservar a saúde das pessoas. O “ionizador”, acrescenta, é outra opção e cumpre a mesma função.

A vantagem em utilizar esses equipamentos, argumenta, é automatizar procedimentos e eliminar 80% do tempo da mão de obra com higienização. O ozonizador, segundo o fabricante, não demanda manutenção. Já o “ionizador” precisa da limpeza dos eletrodos a cada seis meses. O procedimento também é necessário no gerador de cloro, mas a cada dois ou três meses. O zelador pode fazer esse serviço com uso de vinagre, explica o engenheiro.

Os dois problemas mais comuns que ele observa, entre condomínios que adquirem o gerador de cloro, é a utilização de sal inadequado e a falta de limpeza do eletrodo, o que inviabiliza a geração de cloro. Ele ainda lembra que se a água estiver turva é preciso decantar a sujeira. Há produtos adequados para aglomerar a sujeira sólida a ser aspirada posteriormente. “O filtro serve para isso”, comenta.

SISTEMAS HIDRÁULICO E ELÉTRICO

A manutenção da qualidade da água envolve o manuseio dos sistemas hidráulico e elétrico da piscina, com desligamento de bomba e filtro, e deve ser feito por pessoa treinada. Toda vez que se muda uma função do filtro, a bomba tem que ser desligada, para preservá-lo, comenta o engenheiro.

No caso da adição de cloro, exemplifica, muda-se a posição do filtro para que o produto circule e não fique retido na areia interna do equipamento. Após o processo de mistura do cloro à água, antes que o filtro seja posicionado para voltar a filtrar, a bomba tem que ser desligada, mas nem sempre o procedimento é cumprido. Por isso, justifica o engenheiro, o filtro está entre os equipamentos com desgastes mais comuns nas piscinas. Não é raro, acrescenta, que a areia (especial) interna do equipamento seja substituída indevidamente por produto utilizado na construção civil.

Ao filtro se alinham as bombas, com desgastes no rolamento e quebras frequentes ao se ligá-las com registros ainda fechados. “Em cada operação (para a manutenção), você abre um registro e fecha o outro”, detalha Sergio. Também o encanamento, acrescenta, corre o risco de ser danificado, porque normalmente é de PVC e a água pode ferver dentro do cano, por erro nos procedimentos. Os reparos desses equipamentos demandam empresa especializada, enfatiza.

A manutenção de piscinas está orientada por três normas da ABNT, as NBR’s 10.339/1988 (projetos), 10.818/1989 (relativa à qualidade da água), 11.238/1990 (sobre segurança e higiene) e 9.819/1987 (classificação). Há outras normas para projetos de execução de sua área e entornos.

Fonte: Revista Direcional Condomínios.

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